domingo, 16 de março de 2014

O povo brasileiro: um povo místico e religioso

O povo brasileiro: um povo místico e religioso

16/03/2014
O povo brasileiro é espiritual e místico goste ou não goste a intelectualidade secularizada,em geral, sem ou com tênue organicidade com os movimentos populares e sociais.
O povo não passou pela escola dos modernos mestres da suspeita que, em vão, tentaram desligitimar a religião. Para o povo, Deus não é um problema mas uma solução de seus problemas e o sentido derradeiro de seu viver e de seu morrer. Ele sente Deus acompanhando seus  passos, celebra-o nas expressões do cotidiano como “meu Deus”, “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “Deus o acompanhe”, “queira Deus” e “Deus o abençoe”. Geralmente muitos ao desligar o telefone se despedem com “fique com Deus”. Se não tivesse Deus em sua vida, certamente, não teria resistido com tanta fortaleza, humor e sentido de luta  aos séculos de ostracismo social.
O cristianismo ajudou a formar a identidade dos brasileiros. No tempo da Colônia e do Império ele entrou pela via da missão (igreja institucional) e da devoção aos santos e santas (cristianismo popular). Modernamente está entrando pela vida da libertação (círculos bíblicos, comunidades de base e pastorais sociais) e pelo carismatismo (encontros de oração e de cura, grandes shows-celebrações dos padres mediáticos).     Fundamentalmente o cristianismo colonial e imperial educou as classes senhoriais sem questionar-lhes o projeto de dominação e domesticou as classes populares para se ajustarem ao lugar que lhes cabia na marginalidade. Por isso a função do cristianismo foi extremamente ambígua mas sempre funcional ao status quo desigual e injusto. Raramente foi profético. No caso da escravidão foi francamente legitimador de uma ordem iníqua.
Somente a partir dos anos 50 do século passado, setores importantes de sua institucionalidade (bispos, padres e religiosos e religiosas, leigos e leigas) começaram um processo de deslocamento de seu lugar social  no centro, rumo à periferia onde o povo pobre vivia. Surgiu o discurso da promoção humana integral e da libertação sócio-histórica cuja centralidade é ocupada pelos oprimidos que já não aceitam mais sua condição de oprimidos. Pelo fato de serem simultaneamente pobres e religiosos, tiraram de sua religião as inspirações para a resistência e para a libertação rumo a uma sociedade com mais participação popular e mais justiça. Emerge um cristianismo novo, profético, libertador  e comprometido com as mudanças necessárias.
Mas a maior criação cultural feita no Brasil é representada pelo cristianismo popular. Colocados à margem do sistema político e religioso, os pobres, indígenas e negros deram corpo a sua experiência espiritual no código da cultura popular que se rege mais pela lógica do inconsciente e do emocional do que do racional e do doutrinário. Elaboraram assim uma rica simbologia, as festas aos seus santos e santas fortes, uma arte colorida e uma música carregada de sentimento associada à noble tristesse. Ele não significa decadência do cristianismo oficial, mas uma forma diferente, popular e sincrética de expressar o essencial da mensagem cristã.
As religiões afro-brasileira, o  sincretismo urdido de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas, representam outra criação relevante da cultura popular. Abstraindo de algum fundamentalismo evangélico, o povo em geral não é dogmático, nem obcecado em suas crenças. É tolerante, pois crê que Deus está em todos e todos os caminhos terminam nele. Por isso é multiconfessional e não se envergonha de ter várias pertenças religiosas. A síntese é feita dentro de seu coração em sua espiritualidade profunda.  A partir daí compõe o rico tecido religioso. O antropólogo Roberto da Matta o exprimiu acertadamente: “No caminho para Deus posso juntar muita coisa. Nele, posso ser católico e umbandista, devoto de Ogum e de São Jorge. A linguagem religiosa de nosso pais é, pois, uma linguagem de relação e da ligação. Um idioma que busca o meio-termo, o meio caminho, a possibilidade de salvar todo o mundo e de em todos os locais encontrar alguma coisa boa e digna”( O que faz o brasil Brasil, Rocco, Rio de Janeiro 1984,117).
Especialmente importante é a contribuição civilizatória trazida pelas religiões afro (nagô, candomblé, macumba, umbanda e outras) que aqui a partir de suas próprias matrizes africanas elaboraram rico sincretismo. Cada ser humano pode ser um incorporador eventual da divindade em benefício dos outros. Negados socialmente, desprezados politicamente, perseguidos religiosamente, as religiões afro-brasileiras devolveram auto-estima à população negra, ao afirmar que os orixás africanos os enviaram a estas terras para ajudar os necessitados e para impregnar de axé (energia cósmica e sagrada) os ares do Brasil. Apesar de escravos cumpriam uma missão transcendente e de grande significação histórica.
Foram os negros e os indígenas que conferiram e conferem uma marca mística à alma brasileira. Todos se sabem acompanhados pelos santos e santas fortes, pelos orixás,p pelo Preto Velho (umbanda) e pela mão providente de Deus que não deixa que tudo se perca e se frustre definitivamente. Para tudo há jeito e existe uma saída benfazeja. Por isso há leveza, humor, sentido de festa em todas as manifestações populares.
O futuro religioso do Brasil não será, provavelmente, o seu passado católico. Será, possivelmente, a criação sincrética original de uma nova espiritualidade ecumênica que conviverá com as diferenças (a tradição evangélica em ascenso, o pentecostalismo,o kardecismo e outras religiões orientais) mas na unidade da mesma percepção do Divino e do Sagrado que impregna o cosmos, a história humana e a vida de cada pessoa.

Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/2014/03/16/o-povo-brasileiro-um-povo-mistico-e-religioso/

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

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domingo, 12 de janeiro de 2014

Amor próprio e obesidade

Muitas pessoas não buscam uma espiritualidade mais avançada por não conseguirem ver nenhuma relação entre sua vida material e reações inexplicáveis. Este texto que posto a seguir é um exemplo de como um sentimento pode afetar fisicamente nossa vida.
Leia mais este belo texo de Rosemeire Zago.

Falta de amor próprio pode ser causa de obesidade

A briga com a balança pela expectativa de ver o peso mais baixo, na verdade reflete uma briga interna, muito mais profunda do que se imagina, mesmo que isso já dure muitos anos. Isso nos mostra a necessidade de se entrar em contato com conteúdos internos e não a busca por soluções externas, imediatas, superficiais e paliativas.
Podemos perceber que muitas pessoas adoecem pela falta de amor próprio e em conseqüência, desejam desesperadamente o amor dos outros como forma de compensar a falta de amor por si mesma. Como nem sempre conseguem suprir essa necessidade, sentem um vazio enorme dentro de si, o qual buscam preencher com comida. Em alguns idiomas a palavra "vazio" e "doença" é muito parecida. Quanta coincidência, não? Como sabemos que nada acontece por acaso é interessante perceber quantas relações podemos fazer com base nessas informações.
Ao sentir um vazio do qual não é identificada a causa, a busca pode ser através da comida, mas como esse vazio não é de comida, mas geralmente a necessidade é de amor, o vazio permanece e a busca pela comida aumenta cada vez mais, pois não é suprida a necessidade de amor. Ninguém se sente mais amada comendo mais. Surge então a doença. Mas com qual finalidade? Para nos mostrar que algo não esta bem dentro de nós, mas que infelizmente muitas pessoas acreditam no contrário, ou seja, acreditam que a causa de sua infelicidade seja o excesso de peso, não aceitando que o excesso de peso é só um sinal de algum outro conflito, talvez um pouco mais profundo e difícil de ser identificado, mas não impossível.
Como nossa mente é muita sábia, está sempre em busca de um equilíbrio, e essa busca pode ser através da compensação. É como se nosso inconsciente pensasse assim: "Se não consigo preencher esse vazio com nada, buscarei preencher com comida". Mas por que comida? Não é só com comida, outras pessoas buscam preencher com drogas, álcool; outras com dinheiro, poder, trabalho, cada um tem sua própria fórmula, muitas vezes secreta para si mesma.
Quando adoecemos devemos perceber como um sinal de que devemos olhar profundamente para dentro de nós mesmos para encontrar a resposta que tanto buscamos. Na ânsia por uma fórmula mágica, começa a busca por remédios, spas, qualquer coisa que faça acreditar que ainda é possível emagrecer. Mas ainda assim, fazendo de tudo, não consegue, e soma-se mais frustração. Para diminuir essa frustração, come mais um pouco. Percebe como se torna rapidamente uma bola de neve sem fim?
Isso acontece quando se busca resolver por meio externos o que deve ser resolvido dentro de si. Claro que nem sempre é fácil identificar e reconhecer as possíveis causas para o desenvolvimento da doença. Requer uma análise profunda do histórico de vida.
Quantos de nós, ainda crianças, aprendemos que comida é sinônimo de amor? E depois quando adultos, relacionamos sem perceber, o ato de comer como compensação pelo amor que não recebemos, nem dos outros e muito menos de nós mesmas. É muito difícil conseguir amar a nós mesmos quando dependemos da opinião das outras pessoas, do que pensam de nós, colocando nosso referencial de valor no externo.
As pessoas em geral são críticas, perfeccionistas, exigentes, controladoras, invejosas, manipuladoras. Como podemos esperar sermos aprovados e aceitos diante de características tão severas? É justo agir de forma tão drástica com quem no fundo só quer um pouco de amor? É, estou falando de sua relação consigo mesmo. Há quanto tempo você não se faz um elogio? Não reconhece sua capacidade? Não se sente capaz de ir em frente, apesar dos obstáculos? Há quanto tempo não se olha no espelho sem se criticar? Talvez há muito tempo... Não está na hora de se aceitar mais e se sentir capaz de mudar o que deseja? Será que sua maior dificuldade é eliminar peso ou será que há outras questões, quem sabe muito antigas e que você reprimiu e faz questão de esquecer?
Olhe, sem medo para seu passado, sua vida. O que será que ficou mal resolvido ou fez com que se sentisse rejeitado, abandonado, sem valor, sentindo que não merece sequer receber amor? Já pensou que sua vontade em comer mais e mais não pode ser para preencher algo que a comida não irá preencher? O que a comida poderá estar compensando? Isso só você mesmo pode responder. Reflita, analise, busque as respostas, quem sabe perceberá que o amor próprio pode ser a fórmula que tanto procura para eliminar seu peso.

FONTE:  http://espiritualidade.net.br/artigo/amor-proprio-obesidade

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O holocausto secreto de Mr. Churchill

O holocausto secreto de Mr. Churchill

por Rui Crull Tabosa, em 06.12.10
É comummente aceite que os nazis mataram cerca de 6 milhões de judeus.
É sabido que os comunistas assassinaram, só no período estalinista, entre 25 e 27 milhões de pessoas.
O que se desconhecia - e para mim foi uma completa surpresa - é que Winston Churchill, um dos mais venerados estadistas do século passado, também tem a sua quota-parte de mortos.
Já se sabia que Churchill não tinha em grande conta a vida humana quando, apenas a três meses do fim da II Guerra Mundial, estava a Alemanha já militarmente exangue, ordenou, com o auxílio norte-americano, o criminoso massacre aéreo de Dresden, no qual pereceram 250 mil civis sob o efeito devastador das bombas de fósforo.
Agora ficámos a saber que, em 1943, o primeiro-ministro inglês provocou deliberadamente a morte, pela fome, de 3 milhões de indianos que viviam, então, sob domínio britânico. Metade do que matou Hitler e, é certo, 1/9 do que assassinou Estaline.
Em todo o caso, um número impressionante, que atira a reputação de Churchill também para o caixote do lixo da infâmia.
Num recente livro, intitulado “Churchill’s Secret War”, Madhusree Mukerjee, estudiosa que já pertenceu ao conselho de editores da Scientific American, denuncia o desvio de alimentos que Churchill fez de Bengala, região propositadamente empobrecida pelas políticas segregacionistas da administração britânica, recusando mesmo a ajuda alimentar oferecida por americanos e canadianos, que teria permitido evitar aquele autêntico holocausto indiano.
Enquanto se amontoavam os mortos nas ruas, Winston dizia para o secretário de Estado para a Índia, Leopold Amery, que “Odeio indianos” e que a fome é culpa deles porque “se reproduzem como coelhos”. Quando o Governo de Deli apelou a Londres para que o desvio de alimentos de Bengala fosse revogado, Churchill limitou-se a perguntar por que razão Gandhi ainda não tinha morrido…
A catástrofe humanitária atingiu uma tal proporção que o próprio vice-rei da Índia, Lord Wavell, se viu obrigado a considerar a atitude de Churchill como “negligente, hostil e desdenhosa”.
Factos como este obrigam a uma verdadeira revisão da historiografia oficial, que tem preservado alguns dos abomináveis crimes que também cometeram durante a guerra.
Intencionalmente, deixei esta imagem para o fim do Post. É violenta, bem sei, como muitas outras que vemos habitualmente quando nos referimos a holocaustos, fingindo que só houve um. Mas deve ser vista, para lembrar que não há vítimas de primeira e de segunda, conforme sejam brancas ou de outras raças.



 Fonte:  http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/4056293.html